Budapeste, cidade dos segredos


Seguimos depois do restaurante até à Basílica de São Estevão, igreja construída ainda quando a cidade estava dividida entre Buda e Peste, do lado de Peste. Foi para os cidadãos da cidade de Peste uma honra e um orgulho terem tal monumento pois podiam agora rivalizar com os seus adversários de Buda na imponência das igrejas. O seu interior é apenas deslumbrante, as paredes revestidas de pedras e com acabamentos em ouro levam-nos a sonhar muito dentro desta cidade dos sonhos. Depois de visitarmos a igreja fomos ao Sturbucks mesmo ali ao lado onde descansamos bastante, (acho que estávamos todos cansados da noite anterior), fizemos também, na parte de baixo do café uma brincadeira estúpida mas que na altura meteu muita piada, a pobre da Joana foi vítima dos meus poderes de exorcista e pu-la a chorar (de rir, claro). Seguimos depois para o hostel para ir descansar, mas no caminho vimos uma roda gigante e como é óbvio queríamos entrar nela, infelizmente não foi possível pois fechou mesmo quando chegamos.

No dia seguinte madrugamos e fomos até à Praça dos Heróis, no caminho ainda tentamos entrar na Casa da Ópera mas estava fechada para obras, nada que já não nos admirasse. Chegados à Praça dos Heróis ficamos deslumbrados com a quantidade de palácios que faz parte do complexo museológico construído entre 1896 e 1929 para celebrar os mil anos da fundação da Hungria pelas sete tribos Magyar. Demos um saltinho aos jardins e tiramos uma fotografia com uma estátua do Anonimous, diz a lenda que quem tocar na caneta que a estátua tem na mão terá sorte nos exames, confirmo que é verdade!
Fomos depois de metro até à Sinagoga de Budapeste, esta foi sem dúvida a maior aventura que tivemos, pois a língua húngara é sem sombra de dúvidas uma das línguas mais difíceis de perceber neste mundo. Lá conseguimos dar com a estação certa e chegamos à Sinagoga. Fizemos a visita em francês porque em inglês já estava tudo esgotado, mesmo assim conseguimos paroveitar bastante da visita. O templo é apenas maravilhoso, todos os detalhes e pormenores que escapam à vista e que só nos apercebemos porque o guia nos explicou são essenciais para compreender o espaço. Soubemos que a Sinagoga foi quase destruída durante a Segunda Guerra Mundial, mas que foi reerguida com donativos de judeus húngarus exilados em todo o mundo. Esta sinagoga segue um estilo muito parecido com o das igrejas católicas, algo inovador à época da sua construção mas que depois de banalizou. Reparamos que nos assentos estavam umas placas inscritas com nomes de famílias, essas placas representavam o lugar comprado por cada família para ajudar na reconstrução do templo e quanto mais dinheiro deram, mais próximo ficou o seu lugar do altar. A visita acabou no jardim, junto do monumento às vitimas do holocausto onde se tem vista para a antiga embaixada sueca de onde fugiram e onde foram escondidos muitos judeus. Aprendemos também um costume judeu, eles não depositam flores junto dos mortos mas sim pedras pois as pedras ficarão a seu lado para sempre.
Depois de visitar a sinagoga subimos ao museu e seguimos, pela famosa ponte dos Leões até à Igreja de Matias e o Bastião dos Pescadores. Na igreja subimos até à torre e aprendemos um pouco da história do monumento, juntamente com a visita ao seu museu. Partimos em direção à Citadella e para isso tivemos que subir montes e montanhas mas por fim lá chegamos. Passamos pelo Castelo de Buda onde infelizmente não entramos mas ficou a garantia de lá voltar e entrar numa viagem futura. Qual a nossa frustração quando depois de atravessar Buda debaixo de chuva de um aponta à outra e ter trepado os caminhos até ao cume do monte o espaço estar fechado para obras. Valeu pela conversa interessante que tivemos com um artesão local sobre Portugal e o espaço que iríamos visitar. Dado o cansaço e a falta de meios de transporte mandamos vir dois táxis e cometemos o maior erro das nossas vidas. Nunca andem de táxi numa cidade que não conhecem, vão ser enganados. Utilizem antes os transportes públicos, Uber ou Cabify, aí não dão voltas desnecessárias e sabem logo quanto vão pagar. Chegamos muito cansados ao Hostel mas não nos rendemos, embarcamos numa aventura louca e fomos à mais bem cotada Escape Room de Budapeste no TripAdvisor (Falarei sobre isto num artigo diferente juntamente com os restaurantes).
Acabou a aventura por Budapeste, voltamos ao Hostel e no dia seguinte partimos para o aeroporto. Triste este nosso fado, o voo atrasou montes e montes de tempo. Tivemos de esperar horas no aeroporto que nem net tinha (obriago WizzAir!). Fomos levados para um hangar e tivemos uma hora para entrar no avião, valeu nos a companhia de um empresário Luso-húngaro que nos contou como estava a acontecer a sua mudança de Budapeste para Lisboa e de como adorava Portugal.
(Podes ver fotos desta viagem a Budapeste no Instagram @japrmm)