Um dia em Amesterdão

31-07-2018

A minha aventura pela capital Holandesa surge como uma possibilidade a não perder, depois de um voo de Lisboa para Praga ter sido cancelado e a companhia Checa, Czech Airlines, nos ter oferecido esta alternativa com uma escala de onze horas em Schiphol. A minha viagem de finalistas foi então uma aventura inicial de visita a duas cidades, Praga e Budapeste mas mais tarde com Amesterdão incluída no roteiro. Começou às vinte e duas horas na estação do Entroncamento onde eu e mais cinco amigos apanhamos o último comboio para Lisboa. Chegados ao Oriente descemos de elevador para a estação do metro e esperamos pelo metro que nos levaria para o Aeroporto, era meia noite do dia 23 de março. Desde a meia noite e um quarto e até às três da manha "acampamos" às portas do Check-In, o nosso voo era às cinco da manhã, o primeiro voo a partir do aeroporto. Óbvio que nós, jovens de dezassete e dezoito anos não íamos ficar cerca de três horas sentados no chão com todo um aeroporto para explorar. Entre várias idas à casa de banho, tentativas de invasão do espaço familiar do aeroporto, a observar os trabalhos de mudança de painéis informativos na zona do Check- In , a ajudar uns senhores espanhóis que estavam "perdidos" chegou finalmente a hora. Começaram a abrir os balcões e rapidamente uma fila de gente vinda de todos os cantos se colocou junto das fitas separadoras para assegurar o seu lugar. Ao chegar a nossa vez foi nos perguntado se nos importávamos de colocar as nossas malas no porão e só as iríamos ver no final do dia, em Praga, o que para nós até era bom pois não tínhamos de as deixar no aeroporto de Schiphol. Um pequeno percalço aconteceu, a minha autorização de saída para o estrangeiro ficou na mala, portanto estive até às cinco da manhã a tremer de nervos para não me a pedirem ao entrar para o avião, o que por sorte não aconteceu em Lisboa nem em Amesterdão. Passamos a segurança e sentámos-nos à porta da porta de embarque prontos para embarcar. Estávamos já cansados e com tanto entusiasmo que não conseguimos descansar nada de jeito mas íamos tentando. Outra fila, para entrar no avião e depois um autocarro, como eu odeio autocarros de aeroporto... Entramos no voo da KLM e esperamos que o avião levantasse voo, ainda de noite sobrevoamos o céu de Lisboa rumo ao norte, ao meu lado, enquanto eu via um episódio de Riverdale na Netflix um senhor ressonava como se não houvesse amanhã.

Chegamos a Amesterdão por volta das nove e meia da manhã, ligamos logo para a família e publicamos montes de Instastories para todos os nossos amigos em Portugal poderem acompanhar a nossa viagem. Assim que saímos do avião, desta vez por uma ponte telescópica, demos de cara com uma loja de presentes, e lá estavam, bolbos de tulipas, a minha flor favorita. Por doze euros quatro bolbos ficaram no seu lugar, o expositor. Descemos até à zona central do aeroporto e muito facilmente encontramos a estação do metro, com bilhetes de ida e volta para a Amsterdam Centraal a oito euros, algo acessível num país onde o salário mínimo é de 1578 euros por mês. A viagem demora cerca de 15 minutos de Schiphol até Amesterdão e vê-se claramente a dimensão da cidade. Chegamos à estação e ficamos um pouco perdidos sem saber por onde ir. Entramos então na loja de aluguer de bicicletas apenas para ir buscar um mapa, depois conseguimos-nos nos situar e partimos rumo ao Red Light District, que ao contrário daquilo que se pensa não é uma rua mas sim uma zona da cidade, não sei se se pode chamar de um bairro mas são várias ruas onde existem bares com montras onde mulheres dançam apenas de cueca e sutiã, inumeras Sex Shops e várias Coffee Shops conhecidas mundialmente. As bicicletas preenchem as estradas, os passeios e as ciclovias, por toda a cidade, e existem parques, parquinhos e megaconstruções dentro de água, algumas com cinco pisos para se estacionar as bicicletas. Tal como em todas as grandes cidades do mundo há pelo menos um português, neste caso havia vários, o nosso primeiro encontro foi com um restaurante, o Restaurant de Portugees, que infelizmente estava fechado

Com a fome a apertar e a curiosidade em altas fomos a uma CoffeShop para ver como se vendia o "Produto", ao entrar vimos que era tão banal como comprar um waffle com chocolate que custou, prepara-te... sete euros! Uns metros mais à frente vimos um posto de turismo e entramos logo para tentar saber aquilo que poderíamos fazer durante as horas que nos restavam na cidade. Estava apenas uma funcionária e dirigimos-nos a ela, falando em inglês com a senhora e em português uns com os outros lá a senhora percebeu que partilhávamos a mesma língua e foi tudo mais fácil, realmente os portugueses estão em todo o lado e onde podem ajudar-se uns aos outros. Muito mais facilmente nos explicamos e nos compreendemos. Naquele local compramos bilhetes para o museu da prostituição e para uma visita de barco pelos canais. Fomos então para o museu, o Red Light Secrets, onde a visita era feita por um Guia eletrónico em várias línguas, menos em português. Havia várias salas onde era explicada a história da prostituição em Amesterdão e como foi e é atualmente a vida das prostitutas. É um museu pequeno e escondido, passa despercebido na cidade mas vale muito a pena visitar para saber como lidar, por exemplo com as montras de senhoras. Fomos depois visitar a praça Dam, onde se encontra o Madame Tussauds e o Palácio Real de Amesterdão, essa praça é passagem obrigatória em visita à cidade. De seguida fomos almoçar mesmo ao lado, no Mc Donald's na Damrak. Depois de comer um Big Mac e beber um Ice Tea com gasosa (algo novo para mim, que ao que parece lá é banal) fomos andar de barco. O cansaço estava a começar a manifestar-se mas mesmo assim não nos rendemos. Entramos no barco, mesmo ao lado de onde tínhamos partido, a Centraal Station e rapidamente começamos a amolecer, com os movimentos calmos e tranquilos do barco panorâmico e com um guia de audio, desta vez em português. Adormecíamos à vez, porque quer queiramos quer não estava a ser um dia em grande

Nesta visita aprendemos que as casas altas e estreitas explicam-se pelos elevados preços dos terrenos na cidade desde o século XVI e que no topo das casas vê-se um gancho de onde eram puxados os móveis para dentro das casas, entrando pelas janelas largas e grandes. A cidade dos canais encantou-nos bastante mas estava a aproximar-se a hora de ir para o aeroporto pois íamos dormir a Praga. Ficou bastante por visitar e conhecer e certamente lá voltarei e aconselho vivamente qualquer pessoa a fazer uma visita de pelo menos três dias à cidade. (Podes ver as imagens desta e de todas as minhas viagens no instagram @japrmm)  

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